sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Encontro sobre envelhecimento inaugura rede de pesquisadores

“Estudos e pesquisas sobre envelhecimento” foi o título do evento e é o nome da entidade criada para congregar pesquisadores da área do envelhecimento populacional. O evento “Estudos e pesquisas sobre envelhecimento: potencialidades e intencionalidades” serviu de fórum para a discussão inaugural da Associação Nacional de Estudos e Pesquisas sobre Envelhecimento (ASPEN) – por iniciativa de um grupo de profissionais atuantes nas áreas de pesquisa e políticas públicas.
 
Realizado no dia 18 de novembro, na Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense, o Encontro contou com exposições de quatro palestrantes, seguidas da solenidade de fundação da ASPEN.
 
Simone Caldas Tavares Mafra, da Universidade Federal de Viçosa, apresentou o perfil da pesquisa sobre o idoso no Brasil, baseada em banco de dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Segundo Simone, “o período investigado, 1988 a 2009, mostrou um quadro de baixo interesse acadêmico pelo tema, mas permitiu entrever a crise no cuidado, a partir das evidências sobre o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho, o maior número de pessoas idosas acima de 80 anos, a feminilização da velhice e as relações da renda familiar com o trabalho”. Uma das considerações finais da pesquisa indicou que, no período, faltaram estudos sobre convívio familiar, aposentadoria, serviços comunitários, cotidiano do idoso e redes sociais de apoio, além de ainda ser necessário ampliar a investigação acadêmica sobre diversos aspectos do envelhecimento e da realidade das pessoas idosas no Brasil.
 
A perspectiva intergeracional foi tema de José Carlos Ferrigno, do Centro Universitário São Camilo e da PUC de São Paulo. Em sua exposição “Envelhecimento e Gerações – dilemas e desafios para a intergeracionalidade”, Ferrigno afirmou que “o campo intergeracional tem muito ainda a ser explorado”, em vista das complexidades da sociedade atual estruturada por noções de classe social, gênero, etnia, entre outros fatores que influenciam a vida familiar. Para Ferrigno, há muito a ser conhecido em termos de teorias, práticas, políticas e ações, para a compreensão dos relacionamentos entre gerações.
 
Outra mesa do evento abordou a formação profissional como elemento estruturante das políticas na área do envelhecimento, com palestra de Ruth Gelehrter da Costa Lopes, da PUC São Paulo, levando em conta que “o processo de envelhecimento e a velhice articulam o indivíduo com a sociedade e a cultura e diversas dimensões do ser”. Ruth informou que o programa de pós-graduação em gerontologia da PUC-SP está alicerçado no tripé “família, comunidade e Estado”, com concepção multidimensional e foco na superação da visão fragmentada e na ruptura de preconceitos. Como centro formador, o programa desenvolve formas renovadas da prática científica, busca desconstruir noções estereotipadas e se ancora na mútua determinação de teoria e prática.
 
Wilson José Alves Pedro, da Universidade Federal de São Carlos, falou sobre “Estratégias de promoção do envelhecimento ativo através do trabalho”, examinando as estratégias de implantação do envelhecimento ativo. Apresentou o trabalho desenvolvido em Portugal, quando comparou o país e o Brasil quanto à situação de vida das pessoas idosas, a partir das diretrizes internacionais sobre “Envelhecimento Ativo” – modelo que orientou também seu estudo no interior de São Paulo. Wilson Pedro colocou ainda a questão, “qual o papel das universidades com relação ao envelhecimento?”.
As exposições criaram o cenário de fundação da ASPEN, pela apresentação de um panorama geral do campo da pesquisa sobre envelhecimento e seus sub-campos; análise de um sub-campo – o da intergeracionalidade; natureza da formação profissional que contribui para a pesquisa sobre o envelhecimento e fundamentação da pesquisa pelas políticas de envelhecimento ativo propostas pela Organização Mundial da Saúde (2002, 2007).
 
Uma rede de pesquisa formalizada como Associação
 
A solenidade de fundação da Associação Nacional de Estudos e Pesquisas sobre Envelhecimento (ASPEN) teve mesa composta por Fabio Alonso, Serafim Paz e Sandra Rabello. É uma entidade da sociedade civil, de direito privado, caráter nacional e técnico-científico, sem fins lucrativos, voltada à pesquisa na área do envelhecimento.
 
A diretoria eleita é composta por Fabio Alonso, presidente, Simone Mafra, vice-presidente, e Sandra Rabello, secretaria.

domingo, 23 de novembro de 2014

Foco na proporção de pessoas em idade de trabalho, um “bônus demográfico”

Mais um estudo demográfico foi publicado neste fim de ano. O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) divulgou relatório que destaca a transição demográfica como oportunidade para ganhos econômicos potenciais em vista da proporção de pessoas em idade de trabalho (entre 15 e 64 anos) em relação à população dependente (de crianças até 14 anos e idosos com mais de 65 anos). O UNFPA é a agência líder da ONU dedicada a contribuir para um mundo onde mulheres e jovens alcancem seu pleno desenvolvimento e publica regularmente relatórios sobre a situação de cerca de 150 países – representando 80% da população mundial.

Segundo o UNFPA, o relatório mostra o chamado “bônus demográfico”, que é uma situação benéfica oferecida pela estrutura etária com uma maior população em idade ativa. Se for bem aproveitada, essa dinâmica pode gerar um ganho econômico e um maior desenvolvimento para o Brasil.

Os rumos da população mundial – perspectivas

As análises das mais diversas composições da população mundial sempre oferecem um “termômetro” do panorama demográfico e de seus rumos nos diferentes momentos da história da humanidade.

Neste fim de ano de 2014, em novembro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou estudos demográficos de importante repercussão.

Dinâmica populacional dos próximos anos requer políticas públicas que acompanhem as tendências da sociedade brasileira

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou o livro “Novo Regime Demográfico: uma nova relação entre população e desenvolvimento econômico?”, com temas como previdência, meio ambiente, saúde, participação feminina e de idosos no mercado de trabalho, mortalidade, arranjos familiares, crescimento econômico, distribuição de renda, homicídios, entre outros. A publicação pela técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Ana Amélia Camarano, com 21 artigos de 25 pesquisadores. 

Diante da perspectiva de redução dos nascimentos e envelhecimento da população, o livro do Ipea mostra preocupação com o cuidado e pergunta se cuidar de crianças e idosos com doenças incapacitantes continuará sendo apenas responsabilidade da família. Coloca, ainda, a questão sobre como a mulher poderá combinar carreira e maternidade para garantir a oferta de força de trabalho e a reposição da população.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Experiências de um hospital universitário com envelhecimento ativo

Se alguém extrapola sua especialidade para se tornar um ativista de outra área, só pode ser como o médico Egídio Lima Dórea, nefrologista defensor do “envelhecimento ativo” conforme concebido no Marco Político da Organização Mundial da Saúde, por Alexandre Kalache e equipe, em 2002. O conceito orienta trabalhos acadêmicos e práticas desde seu lançamento. Egidio Lima Dórea é formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, com Residência e doutorado em nefrologia pela Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo, e coordenador do ambulatório de clínica médica do Hospital Universitário da USP, professor e coordenador da disciplina de habilidades médicas da faculdade de medicina da Universidade Cidade de São Paulo.
Palestrante Egídio Dórea da USP
 
Sua extraordinária experiência foi apresentada no dia 17 de novembro, em seminário organizado pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil (International Longevity Centre Brazil - ILC-BR) em parceria com o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), vinculado ao Instituto Vital Brazil. A moderação com os debatedores e o público foi conduzida pelo médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR).
 
Projetos
 
Egidio Dorea desenvolve projetos no Hospital Universitário da USP que ultrapassam a adoção de medidas preventivas e a implementação de políticas públicas. Referenciado por sua clínica e pelas evidências sobre a prevalência, principalmente, de diabetes mellitus, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, doenças osteoarticulares e cardiovasculares em pessoas idosas, Egidio Dorea propõe iniciativas baseadas no “envelhecimento ativo”.
 
O Hospital Universitário da USP é uma unidade de ensino, regional e secundário, de média complexidade, atuante com assistência, ensino e pesquisa. Por ele circulam usuários, profissionais, alunos e gestores, atendendo às populações do Distrito de Saúde Butantã e Comunidade USP. É um campo de estágio de graduação e pós-graduação, com contrato de gestão com SUS (referência e contra-referência).
 
Praça de prevenção de quedas
 
O início da militância de Egídio Dorea na área do envelhecimento foi além das condições clínicas típicas do idoso, concentrando-se nas conseqüências de quedas e sua prevenção. Assim, em outubro de 2008 criou o projeto Praça de prevenção de quedas (Parque Água Branca. Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo) que hoje contabiliza 600 praças.
 
Sua proposta é de “prevenção de quedas e auxílio recuperação de fraturas (ombro e punho), com vistas à melhoria de marcha e equilíbrio; fortalecimento de musculatura proximal de MMII; melhoria de amplitude movimento articular; aumento de flexibilidade muscular e estímulo ao convívio social”.
 
As praças idealizadas por Egídio Dórea são dotadas de cinco estações auto-explicativas, com barras paralelas (marcha e equilíbrio), estação ergometria (movimento e flexibilidade); rampa-escada (marcha); senta- levanta(fortalecimento) e estação reabilitação.
 
Centro de prevenção de quedas
 
Ainda relacionado a quedas, dois anos depois, em outubro de 2010, novo trabalho de Egídio Dórea levou ao HU um projeto multiprofissional baseado nos fatores de risco para quedas envolvendo enfermagem, nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, farmácia, educação física, serviço social e psicologia.
 
“Por meio de campanha intra-hospitalar de sensibilização ao atendimento à população idosa, iniciou-se o rastreamento ativo de idosos com risco de queda (em enfermarias, pronto-socorro e ambulatórios) – uma ação também voltada a referenciados”, conta Egídio. E acrescenta que “um dos critérios definidos para marcação de consulta, estabelece que o paciente seja maior de 60 anos, com histórico de queda no último ano - não explicada por fatores externos, como acidente automobilístico, ou fatores internos, como acidente vascular encefálico”. A intervenção é feita a partir dos fatores de risco individuais.
 
O trabalho envolve reabilitação vestibular, oficina de memória, educação física, psicoterapia (medo de cair/depressão), palestras e filmes mensais. No total foram atendidos 309 pacientes com idade média de 75 anos (65-95 anos).
 
Projeto 5S: Hospital Amigo do Idoso
 
Mais uma iniciativa de Egídio Dórea implanta o “Hospital Amigo do Idoso”, a partir do Programa 5 S: Saúde, Socialização, Segurança, Serviços e Solidariedade. Desta vez, em 2013, o HU da USP é envolvido por uma campanha para que os funcionários ampliem seus conhecimentos sobre o que é envelhecer.
 
O “Hospital Amigo do Idoso” começa com uma sensibilização dos participantes e apresentação do projeto 5S. Em seguida, busca-se conhecer as ações específicas para idosos já existentes nos diversos setores e cada setor designa um representante e encaminha suas propostas. Em uma das ações de treinamento, os profissionais passam pela experiência do que é ser idoso, pela simulação das dificuldades de marcha e equilíbrio por meio da colocação de carga extra corporal, que os torna “jovens no corpo do idoso”. Além disso, são feitas palestras mensais para os funcionários do Hospital sobre envelhecimento e foi efetuada a adaptação da escala de triagem de risco para idosos (Manchester).
 
Ao mesmo tempo, diz Egídio, “foram tomadas medidas para a comunidade, com a criação de vagas de estacionamento demarcadas para idosos (rua) e a fixação de local específico para encaminhamento de queixas de idosos”.
 
O projeto foi estendido à Universidade Aberta à Terceira Idade da Universidade de São Paulo, com o curso “Envelhecimento Ativo: o que é e como fazer para alcançá-lo”, no segundo semestre deste ano.

Unidade Móvel “USP: Rumo ao envelhecimento ativo”
 
O projeto se baseia na visão de que a população deve encarar o idoso como um cidadão participante e atuante, que pode contribuir em todos os segmentos da sociedade e não como um indivíduo a ser excluído, pois, segundo Egídio, “envelhecer ativamente deve ser encarado como um direito de todo o cidadão”.
 
Os objetivos da unidade móvel são promover educação continuada em envelhecimento ativo; aquisição de hábitos de vida saudável e reconhecimento da importância dos mesmos para a saúde e o envelhecimento ativo; hábitos para prevenção de fatores de risco e sua importância no contexto das DCNT e do envelhecimento ativo; educação na necessidade de controle das DCNT já estabelecidas, com foco nos ganhos positivos dessas medidas; atitudes positivas e de resiliência no envelhecimento ativo.
 
A proposta inclui equipe multidisciplinar de profissionais da USP, constituída por: médicos, educadores físicos, enfermeira, psicóloga, nutricionista, terapeuta ocupacional, para realização de visitas programadas e regulares às unidades da cidade universitária da USP. A Unidade Móvel é composta por oito passageiros; material didático; balança; aparelhos para atividade física. E seu funcionamento se dá a partir de contatos das unidades USP, agendamento prévio e participação dos funcionários das unidades. Os profissionais da unidade móvel realizam palestras educativas sobre temas pertinentes às suas áreas de atuação.
 
Projetos futuros
 
Egídio Dórea finalizou indicando suas expectativas para o futuro. Primeiro, a continuidade dos projetos Hospital Amigo do Idoso, Unidade Móvel “USP: Rumo ao envelhecimento ativo” e cursos na Universidade Aberta à Terceira Idade. Em segundo lugar, a criação de Unidades Básicas de Saúde Amigas do Idoso.

Debate
 
Com moderação de Alexandre Kalache, os debatedores e o público interagiram sobre a apresentação de Egídio Dórea, com grande troca de informações, esclarecimentos de dúvidas e destaque para a aplicação do modelo criado por Egídio em outros hospitais universitários e unidades de saúde em geral.
 
Debatedores
  • Vilma Duarte Camara, médica, coordenadora do Centro de Referência do Idoso; coordenadora do Programa de Pósgraduação de Gerontologia e Geriatria Interdisciplinar da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade da Terceira Idade (de 1992 a 2009). Na UFF é membro do Colegiado de pósgraduação em neurologia e geriatria. Foi presidente e também vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Conselho Estadual do Idoso do Rio de Janeiro. É membro emérito da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro.
  • José Elias Soares Pinheiro – médico, especialista em geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia / Associação Médica Brasileira, geriatra do Instituto de Neurologia Deolindo Couto da UFRJ, coordenador do Módulo de Geriatria do Curso de Aperfeiçoamento em Medicina Interna – CAMI/UFRJ e membro da Câmara Técnica de Geriatria do Conselho Federal de Medicina.
 
Secretaria do município para o envelhecimento
 
Em primeira mão foi anunciada a nova Secretária da Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SESQV), Carolina Chaves, que falou aos participantes do seminário sobre seus planos e disponibilidade para o campo do envelhecimento.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Grandes mudanças na expectativa de vida criam revolução da longevidade, diz Kalache para médicos cariocas

Em tradicional evento para a classe médica carioca - o Café no Copa-, o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR), apresentou a conferência “Revolução da Longevidade no Brasil”, tendo como base o rápido e acelerado aumento da população idosa, antes de poder se preparar para o crescente número de pessoas idosas e suas especificidades.
 
Kalache, que também é co-presidente da Aliança Global de Centros Internacionais de Longevidade, assessor da Academia de Medicina de Nova York sobre envelhecimento global e ex-diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial da Saúde, analisou que “em três décadas, o Brasil terá uma população tão envelhecida como a do Japão. A questão é saber se estamos organizados para essa nova realidade, inclusive quanto às doenças relacionadas à velhice”.
 
O Café no Copa é uma realização dos hospitais Pró-Cardíaco e Samaritano e do complexo médico-hospitalar Americas Medical City, sob a coordenação dos médicos Evandro Tinoco, Claudio Domênico e Fernando Gjorup, com o objetivo de proporcionar aos participantes a troca de informações e atualização na medicina contemporânea.

Envelhecimento na agenda global do Fórum Econômico Mundial

Alexandre Kalache, primeiro à esquerda, e grupo de Conselheiros
A maior reunião de cúpula já existente congrega mais de 80 Conselhos para a discussão de uma agenda global para o próximo Fórum Econômico Mundial a ser realizado em janeiro de 2015, em Davos. Entre os grupos temáticos, o Conselho para a Agenda Global do Envelhecimento (Global Agenda Council on Ageing) é integrado pelo brasileiro - médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR).
 
Para que o Fórum Econômico Mundial aconteça, os maiores líderes de diferentes países se reúnem anualmente em Dubai para um evento de “brainstorming”. São experts das áreas de governo, sociedade civil, negócios e academia, que formam uma rede de Conselhos condutores do debate sobre as transformações de maior impacto no mundo. Os grupos participam de oficinas interativas, provendo recomendações para os principais desafios globais que serão analisados pelo Fórum Econômico Mundial.
 
Este ano, a reunião foi realizada de 9 a 11 de novembro, com foco em estratégias que permitissem que a rede de Conselhos para a Agenda Global apresentasse propostas de como modelar transformações nas agendas global, regional e industrial por um período de dois anos.